JONATAN ALMEIDA

  Data do incidente: 25 de abril de 2022 Local: Favela do Jacarezinho, Rio de Janeiro (RJ) No dia 25 de abril de 2022, JONATAN RIBEIRO DE ALMEIDA, de 18 anos, foi morto durante operação do Batalhão de Choque da Polícia Militar na favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio de Janeiro. O jovem foi atingido […]

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Data do incidente: 25 de abril de 2022
Local: Favela do Jacarezinho, Rio de Janeiro (RJ)


No dia 25 de abril de 2022, JONATAN RIBEIRO DE ALMEIDA, de 18 anos, foi morto durante operação do Batalhão de Choque da Polícia Militar na favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio de Janeiro. O jovem foi atingido fatalmente nas costas por um tiro de fuzil disparado à longa distância por um dos policiais que participava da operação.

 

Moradores que presenciaram o incidente relatam que conversavam na rua quando foram abordados, de forma agressiva, por um grupo de policiais encapuzados. Depois da abordagem, os policiais se dirigiram para um local próximo (uma linha férrea) e, ao avistarem Jonatan, atiraram contra o jovem. 

 

Nenhuma abordagem anterior ao disparo foi feita e o socorro não foi prestado. Após o disparo, os policiais correram na direção da Praça da Concórdia. Jonatan foi socorrido por moradores, mas infelizmente não resistiu e morreu a caminho do hospital.

 

Como normalmente ocorre, Jonatan, jovem negro, foi qualificado como opositor. O procedimento investigativo, instaurado após a morte do jovem, foi arquivado com a justificativa de que os policiais teriam agido em legítima defesa, atribuindo a Jonatan uma arma de brinquedo e uma mochila de drogas.

 

Testemunhas afirmam que Jonatan não tinha qualquer arma ou outro objeto nas mãos e que não viram no local nenhuma bolsa ou simulacro de arma de fogo. Relatam também que os policiais não se aproximaram e não recolheram qualquer objeto do local.

 

Monique Ribeiro dos Santos, mãe de Jonatan, ressalta que o jovem era muito amoroso e querido por todos na comunidade. Jonatan trabalhava com a tia na venda de roupas, fazendo as entregas. Estava prestes a se alistar no exército e tinha acabado de presenciar o nascimento de seu primeiro filho, um bebê de 4 meses de idade.

 

“Espero justiça, que o Estado me ouça, me olhe. Não deixe que seja mais um Jonatan. Que pelo menos tenha um pouco de conforto de saber que a justiça foi feita. Se teve um erro, ele foi endireitado. Que esse erro é a bala que matou o meu filho e de quem atirou no meu filho. Ele sabe que errou. Eu ainda estou criando uma esperança que vou conseguir. Eu vejo as reportagens, eu vejo as coisas que vão acontecendo com outras mães iguais a mim, mas eu falo: isso não vai acontecer com o meu filho. Meu filho vai ter justiça. Meu filho vai ter nome.”